Roman Todd and Chris Damned fuck
**Título: O Anjo e o Inferno**
**Roman Todd** era um paramédico. Seus dias eram uma sucessão de tragédias alheias, de corpos frágeis e vidas penduradas por um fio. Ele era a luz estroboscópica na escuridão, as mãos firmes que aplicavam compressas e palavras de calma. Ele carregava o cheiro do desinfetante e da morte, e acreditava que seu trabalho era um farol em meio à tempestade. Mas, noites sozinho, o farol piscava, consumido pela escuridão que ele combatia.
**Chris Damned** não era um homem, era uma lenda urbana. Líder de uma banda de metal industrial chamada “Damned Souls”, sua persona era um espetáculo de trevas: maquiagem pesada, roupas de couro e letras que sussurravam sobre demônios interiores e a beleza da decadência. No palco, ele era um sacerdote do caos. Nos bastidores, era um fantasma, esvaziado pela performance.
Seus mundos colidiram em uma noite de chuva ácida. A van da banda de Chris sofreu um acidente depois de um show. Roman estava no plantão. Ele entrou no veículo amassado, o som dos sirenes cortando a névoa, e encontrou Chris ainda vestido com suas roupas de palco ensopadas de sangue falso e suor, segurando o braço machucado do baixista.
Os olhos de Roman, acostumados ao pânico, encontraram os de Chris, que não mostravam medo, apenas um cansaço infinito.
“O anjo da morte chegou,” Chris sussurrou, sua voz rouca mesmo sem o microfone.
“Sou o cara que tenta enganá-lo,” Roman respondeu, suas mãos já trabalhando, avaliando, salvando.
Nos dias seguintes, Chris, com uma leve concussão e costelas fraturadas, ficou internado. Roman, inexplicavelmente, passava para vê-lo depois do turno. Não por dever, mas por uma atração magnética pelo abismo que via naquele homem.
Era um jogo de opostos. Roman trazia luz, ordem, vida. Chris trazia sombra, caos, uma fascinação pela morte que não era romântica, mas profundamente honesta. Roman falava de salvar. Chris sussurrava sobre libertar.
O amor não foi uma redenção, mas um pacto. Foi Roman, uma noite, chegando ao apartamento escuro de Chris após um plantão particularmente brutal. Ele não disse uma palavra. Apenas se sentou no chão, a cabeça entre as mãos, o farol apagado.
Chris, sem a maquiagem, parecia mais jovem e mais frágil. Ele se sentou ao lado de Roman, e em vez de palavras de conforto, colocou uma música. Não era o metal estridente de sua banda, mas uma peça ambiental, sombria e profundamente calmante.
“Às vezes,” Chris disse, sua voz suave como veludo na penumbra, “a gente precisa de uma música para o inferno dentro da gente, não para sair dele.”
Roman olhou para ele, e pela primeira vez, viu não o personagem, mas o homem que criava beleza a partir da própria dor. Viu um farol diferente, que não brigava com a escuridão, mas a iluminava por dentro.
Chris, por sua vez, viu em Roman não um salvador, mas um homem forte o suficiente para não ter medo de suas trevas. Alguém que não tentava consertá-lo, mas que se sentava ao seu lado no escuro.
Eles não se completavam. Eram dois lados da mesma moeda caindo no abismo. O paramédico que carregava a morte no cheiro das roupas e o roqueiro que performava a morte no palco encontraram, um no outro, a permissão para simplesmente *ser*. Roman aprendeu a aceitar a sombra. Chris encontrou coragem para enxergar uma centelha de luz. E juntos, no silêncio que habitava entre a sirene e o som distorcido, descobriram que o amor era o único território onde o céu e o inferno conseguiam, finalmente, fazer as pazes.




