AlphaBottom Returns – Lydian Grey

A cidade de Aethelgard era um labirinto de néon e sombras, onde a realidade era um bem de luxo. **Lydian Grey** era sua arquiteta não-oficial, um “sintonizador” neural que remodelava memórias alheias. Ele trabalhava nas sombras, um fantasma de ternos caros e olhos tristes, apagando traumas e inserindo quimeras de felicidade por um preço alto. Conhecia cada segredo sujo da elite, mas seu próprio passado era uma lacuna em branco, um vazio que nem ele ousava tocar.
Seu refúgio era o clube **”Croma”**, onde as pessoas iam para se perder em sensações puras. E foi lá que ele encontrou **”Alpha”**.
Enquanto todos à volta buscavam o êxtase, Alpha buscava o oposto. Conhecido no submundo como **AlphaBottom**, ele era um “antídoto” humano. Seu toque, sua presença, tinha um efeito paradoxal: em vez de amplificar emoções, ele as acalmava. Era procurado por viciados em sensações extremas que precisavam desesperadamente de um momento de paz. Enquanto Lydian vendia sonhos, Alpha oferecia silêncio.
Lydian foi contratado para entrar na mente de Alpha e apagar o rastro de um cliente importante. Era um trabalho como qualquer outro. Mas quando suas ferramentas neurais se conectaram, em vez de encontrar memórias para deletar, Lydian se deparou com um oceano de calma. Pela primeira vez em anos, o ruído constante em sua própria cabeça — o sussurro de mil segredos alheios — simplesmente cessou.
Foi uma sensação tão avassaladora que ele desconectou bruscamente, ofegante. Alpha, que deveria estar sob seu controle, simplesmente abriu os olhos e sorriu, como se soubesse.
“Você veio consertar,” sussurrou Alpha, “mas é você que está quebrado.”
A relação que se seguiu foi uma inversão perigosa. Lydian, o mestre das mentes, tornou-se o aprendiz da paz. Alpha, o suposto “fundo” passivo, era na verdade a âncora. Ele não tinha medo da escuridão de Lydian; ele a envolvia em seu silêncio.