Dato Foland and Heath Halo fuck – Real Estate “Broker”, Part 4
O silêncio era a única coisa que restava no apartamento de Dato Foland após o expediente. Enquanto analista de dados, sua vida era um mar ordenado de planilhas, algoritmos e previsões. Tudo era lógico, mensurável e seguro. Até aquele sábado de chuva, no abarrotado café perto do parque.
Ele estava imerso no seu laptop, decifrando um código particularmente complexo, quando uma voz grave e um pouco hesitante o tirou da concentração.
“Desculpe incomodar, mas… é um engenheiro reverso?”
Dato ergueu os olhos. O homem à sua frente era uma tempestade de contradições. Usava uma jaqueta de couro desgastada, mas seus olhos eram de um azul sereno e profundo. Nas suas mãos, ele segurava um pequeno dispositivo eletrônico desmontado, fios coloridos saindo dele como veias.
“Sou analista de dados,” Dato corrigiu, gentilmente. “Dato Foland. E você?”
“Heath. Heath Halo,” o homem respondeu, colocando o dispositivo na mesa. “Eu… ouço coisas.”
Dato franziu a testa. “Coisas?”
“Músicas. De lugares inesperados.” Heath apontou para o dispositivo. “Este é um captador de frequências ambientais. Ele transforma o padrão da chuva contra o vidro, o ritmo dos passos no calçamento… em melodias. Mas ele quebrou.”
Hesitante, Dato pegou o aparelho. Era uma bagunça caótica de fiação, mas lógica em sua essência. Enquanto Heath falava, com uma paixão contagiante, sobre a sinfonia escondida no mundo, sobre como o som do metrô poderia ser um baixo e o canto dos pássaros um refrão, Dato começou a ver padrões. O caos de Heath tinha uma estrutura. Era apenas uma estrutura que ele nunca tinha considerado antes.
“Aqui,” Dato disse, após alguns minutos, seus dedos ágeis reorganizando os fios com uma precisão que faltava na criação original de Heath. “O problema não era o captador, era o interpretador de dados. Estava superprocessando o sinal analógico.”
Heath pegou o dispositivo de volta, seus dedos tocando os de Dato por um segundo que pareceu se estender. Ele ligou o aparelho. Um som suave e melódico encheu o pequeno espaço entre eles – não era a chuva, nem os passos. Era a eletricidade estática do ar, transformada numa composição etérea e triste.
Os olhos de Heath se encheram de admiração. “Você não consertou só minha máquina,” ele sussurrou, sua voz um fio de som. “Você ouviu a minha música.”
Dato percebeu, naquele momento, que passara a vida toda analisando dados, mas nunca tinha realmente *ouvido* o que eles tentavam dizer. Heath Halo era o caos que dava significado à sua ordem. Era a melodia para a qual todas as suas planilhas eram apenas a partitura silenciosa.
E no café, com a chuva batendo na janela, o analista de dados e o compositor de sinfonias invisíveis descobriram que, juntos, podiam não apenas ouvir a música do mundo, mas finalmente começar a dançá-la.




