Edu Phoenix and Giovani Jacob – threesome with Nano Maso

Era como se o universo, em um de seus raros momentos de perfeita sincronicidade, tivesse decidido colidir dois mundos opostos. Edu Phoenix era fogo. Não apenas pelo nome, mas pela essência. Cabelos desalinhados como chamas, olhos que ardiam com a intensidade de quem via arte onde outros viam apenas paredes. Ele era um pintor de rua, transformando muros cinzas em explosões de cor, sonhando com uma exposição que talvez nunca viesse. Sua vida era uma paleta de tons vibrantes e expectativas frustradas.
Giovani Jacob era gelo. Ou, pelo menos, é isso que a vida tentou forjá-lo para ser. Herdeiro de um império corporativo, seus dias eram uma sucessão de reuniões, contratos e decisões que valiam milhões. Seus ternos eram impecáveis, seus gestos calculados, seu sorriso, um acessório raro e controlado. Ele habitava um mundo de linhas retas e números, onde sonhos eram considerados variáveis de risco.
Seus caminhos se cruzaram em um beco, literalmente. Giovani, fugindo do suffocating silêncio de um jantar de gala, dobrou uma esquina e parou, petrificado. Edu estava lá, de costas para ele, pintando um enorme fênix no tijolo à luz de uma lâmpada fraca. A ave não era majestosa e serena; era selvagem, agonizante e renascendo em uma explosão de carmim e laranja, suas penas pareciam labaredas que lambiam o céu noturno de concreto.
Giovani não entendia aquela arte. Era caótica, excessiva, desordenada. Mas não conseguia desviar o olhar. Foi quando uma lata de tinta spray caiu no chão com um estrondo metálico. Edu se virou, e seus olhos de fogo encontraram os de gelo de Giovani. Não houve desculpas formais. Apenas um silêncio carregado, um fio tensionado entre dois polos.
“É… demais,” disse Giovani, por fim, a voz mais suave do que pretendia.
“Ou não é o suficiente?” retrucou Edu, um sorriso provocante nos lábios.
Aquela simples troca foi o primeiro rachadura no gelo. Giovani começou a voltar àquele beco, todas as noites. Primeiro, para observar. Depois, para falar. Ele descobriu que por trás da fachada do artista faminto havia uma mente afiada e um coração que sentia o mundo com uma profundidade que seus gráficos de lucro nunca mostrariam. Edu, por sua vez, viu no executivo não um robô, mas um homem preso em uma gaiola dourada, com um anseio secreto por cores em sua vida monocromática.
O amor não nasceu em um rompante, mas cresceu como a tinta que preenche um esboço. Foi nas xícaras de café barato compartilhadas na calçada, nas discussões acaloradas sobre Van Gogh versus o mercado de ações, no modo como Giovani começou a guardar as latas de tinta de Edu, um ato simples que era, para ele, mais íntimo que um beijo.
O primeiro beijo veio sob a fênix concluída. A chuva fina começava a cair, ameaçando borrar a tinta ainda fresca. Edu estava cobrindo a obra com um plástico, frustrado. Giovani se aproximou e, sem uma palavra, segurou a outra ponta do pano. Quando a obra foi protegida, ficaram parados, gotas de água escorrendo por seus rostos. O mundo ao redor era apenas um borrão de néon e sombras.
“Eu não sei nada sobre a sua arte, Edu,” sussurrou Giovani, sua respiração formando uma nuvem no ar frio.