Jack Dixon drills deep in Mason McGregor
O barulho era ensurdecedor. Serras elétricas, martelos e o constante rádio tocando country clássico. Para Jack Dixon, era a sinfonia da sua nova vida. Ele havia comprado o velho celeiro com o dinheiro da herança, um sonho de convertê-lo numa casa, mesmo sem saber por onde começar.
Foi então que Mason McGregor apareceu.
Mason era o empreiteiro mais concorrido da cidade. Usava botas cobertas de serragem, camisas xadrez e um sorriso fácil que fazia até o coração mais calejado de Jack acelerar. Ele chegou num pickup enorme, saltou com uma confiança que faltava a Jack, e deu uma olhadela ao celeiro.
“Bonito ossinho,” disse Mason, os olhos percorrendo as vigas de madeira maciça. “Precisa de um pouco de amor, mas tem boa estrutura.”
Jack, com as mãos enfiadas nos bolsos, sentiu-se absurdamente fora do seu elemento – o mundo da escrita e das ideias abstratas. “E onde a gente começa?” perguntou, hesitante.
Mason virou-se para ele, o sorriso a iluminar o rosto. “Pelo início. E não se preocupe, Sr. Dixon. Eu guio-o.”
E guiou. Dias viraram semanas, e o celeiro começou a transformar-se. Jack aprendia, sob a paciência firme de Mason, a diferençar uma viga mestra de um caibro, a assentar um piso, a pintar uma parede. E, entre instruções e partilhas de garrafas de água gelada, algo mais foi sendo construído.
Jack descobriu que por trás da confiança de Mason havia uma história de ter construído o seu negócio do zero, de cuidar da mãe doente, de uma lealdade feroz aos seus. Mason, por sua vez, descobriu que por trás da timidez inicial de Jack havia uma mente brilhante, cheia de histórias e de uma sensibilidade que via beleza onde outros só viam madeira velha.
O amor não chegou com um estrondo, mas com o som suave de um martelo a cravar um prego no lugar certo. Chegou num almoço partilhado no canteiro de obras, sentados num caixote virado, com as pernas a tocarem-se. Chegou quando Jack, num surto de coragem, estendeu a mão para limpar um pouco de tinta da bochecha de Mason, e Mason prendeu a sua mão no ar, o olhar intenso.
A última viga foi colocada num sábado de sol. O celeiro estava transformado, uma casa de sonho com as marcas do seu passado ainda visíveis, mas agora polidas e integradas numa nova beleza.
Mason desceu da escada, o rosto suado e satisfeito. “Está pronto,” disse, a voz um pouco rouca.
Jack olhou em volta, depois olhou para Mason. O homem que tinha construído não só a sua casa, mas também um novo futuro para o seu coração.
“Não está não,” disse Jack, um sorriso tímido nos lábios. “Ainda falta a coisa mais importante.”
Mason franziu a testa, confuso. “Falta o quê?”
Jack fechou a distância entre eles e, pela primeira vez, beijou-o. Foi um beijo que sabia a serragem, a suor e a um novo começo.
“Falta-nos a nós,” sussurrou Jack, contra os lábios de Mason. “Agora é que está pronto.”
E naquela casa que tinham construído juntos, com as mãos dadas e os corações em sintonia, eles souberam que era a mais pura verdade.




